A artista brasileira Sabrina Marthendal é a vencedora da quinta edição do Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina, com a peça inédita «Pedral». O galardão integra a programação do Festim Esta Noite Grita-se, iniciativa da Companhia Cepa Torta, que celebra este ano a sua nona edição, com epicentro em Lisboa e extensões regulares ao Algarve, em parceria com o Teatro das Figuras (Faro) e o Centro Cultural de Lagos.

Criado para reconhecer e estimular a criação dramatúrgica de autoria feminina em língua portuguesa, o Prémio destina-se a autoras com ou sem trabalhos já publicados ou apresentados publicamente e premeia anualmente uma obra inédita. Nesta edição, o júri composto por Ana Lázaro, Inês Barahona e Mickaël de Oliveira distinguiu «Pedral» “pela singularidade e sensibilidade, destacando a qualidade de escrita apurada e singular, tão emotiva quanto pungente, e na qual a linguagem e o universo distinguem a dramaturga com uma assinatura única”.

Entre 1 de janeiro e 31 de março de 2025, o Prémio recebeu 133 candidaturas oriundas de diferentes países de língua portuguesa. Após uma seleção exigente, o júri selecionou três finalistas: «Imigrantes», de Ema Fonseca; «On Board», de Marta Prieto; e «Pedral», de Sabrina Marthendal. As autoras desenvolveram os seus textos em diálogo com o júri, num processo de acompanhamento criativo que antecedeu a decisão final.

Além da distinção a «Pedral», o júri atribuiu menções honrosas: «On Board», de Marta Prieto, pela ousadia formal e pelo olhar crítico sobre a relação com a ecologia animal, explorado através de ironia e humor; «Imigrantes», de Ema Fonseca, pela pertinência temática e pela linguagem despojada que realça a riqueza das relações familiares e sociais no quotidiano. A vencedora recebe um prémio de 1.000 euros e verá o seu texto publicado pela Companhia Cepa Torta em parceria com a Douda Correria, além de integrar a programação da nona temporada do Festim Esta Noite Grita-se.

O Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina pretende reforçar a presença de dramaturgias escritas no feminino, num contexto em que as desigualdades de género no campo teatral permanecem. Ao distinguir obras inéditas anualmente, reafirma-se o compromisso em dar visibilidade, espaço e valor à criação de autoras contemporâneas. As vencedoras anteriores foram: 2024 — Luz Ribeiro, «Lacuna»; 2023 — Sofia Perpétua, «Tanque»; 2022 — Maria Giulia Pinheiro, «Isso não é Relevante»; 2021 — Lara Mesquita, «Sempre que Acordo».

Foto: Sabrina Marthendal