No Dia Internacional da Inclusão, 3 de dezembro, o Centro Ciência Viva do Algarve (CCVAlg) destacou o conjunto de iniciativas que tem implementado para tornar o seu espaço e os seus conteúdos acessíveis a todos os visitantes, independentemente das suas necessidades sensoriais, cognitivas ou físicas.
O impulso decisivo para este trabalho surgiu com o projeto europeu IMOVE, concluído no ano passado. O projeto teve como principal resultado a criação de uma ferramenta de análise e desenvolvimento de projetos culturais acessíveis, diversos, equitativos e inclusivos. Foi com base nos conhecimentos adquiridos durante esse processo que o CCVAlg iniciou uma transformação profunda das suas práticas de acolhimento e comunicação.
Entre as medidas já implementadas destaca-se o Guia Digital Multimédia, disponível em cinco línguas (português, inglês, francês, espanhol e polaco), que facilita a visita autónoma e melhora a compreensão dos conteúdos por públicos com diferentes perfis culturais e linguísticos. À entrada do Centro, os visitantes podem solicitar sacos sensoriais, preparados especialmente para crianças e adultos neurodivergentes que possam beneficiar de estímulos reguladores durante a visita. Para quem precisa de descansar ao longo do percurso, o CCVAlg disponibiliza bancos de cartão, leves e móveis, que podem ser usados em qualquer ponto da exposição.
A aposta na tecnologia como ferramenta de inclusão tem sido outra prioridade. O Centro incorporou um filme de realidade virtual que permite «mergulhar» na Ria Formosa, tornando esta experiência acessível a pessoas que não sabem nadar ou que têm mobilidade limitada. Além disso, no âmbito do projeto europeu Horizon THETIDA dedicado ao impacto das alterações climáticas no património cultural submerso, o CCVAlg está a colaborar no desenvolvimento de uma aplicação de realidade aumentada que permitirá visualizar o naufrágio do bombardeiro B-24 da 2.ª Guerra Mundial, afundado ao largo de Faro, como se estivesse diante do visitante.
Como compromisso direto com o acesso social, o CCVAlg oferece diariamente cinco bilhetes solidários destinados a visitantes que, por razões financeiras, possam não ter possibilidade de adquirir bilhete. Esta medida reforça o princípio de que a ciência deve estar ao alcance de todos e todas. O Centro aguarda ainda o resultado de uma nova candidatura europeia para testar tradução automática em língua gestual em tempo real, um passo significativo para melhorar a acessibilidade em visitas guiadas e conteúdos científicos.
Com estas iniciativas, o CCVAlg reafirma o seu compromisso em promover um espaço científico aberto, inclusivo e para todos, alinhado com as melhores práticas europeias na área da acessibilidade e da mediação cultural.
