Os Contratos-Programa de Preparação Olímpica e Paralímpica Los Angeles 2028 e Surdolímpica Atenas 2029 foram assinados, no dia 22 de dezembro, na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP), em Lisboa, com a concretização de um aumento de 30 por cento para as vertentes Olímpica e Paralímpica e de 70 por cento para a dimensão Surdolímpica. O Programa de Preparação Olímpica fica dotado com 30 milhões de euros, o Programa de Preparação Paralímpica com 12 milhões de euros e o Programa de Preparação Surdolímpica com três milhões de euros, valores que terão um período de gestão de quatro anos, entre 1 de janeiro de 2026 e 31 de dezembro de 2029.
Margarida Balseiro Lopes, Ministra da Cultura, Juventude e Desporto, presente na cerimónia da assinatura, considerou ser este um passo para “afirmar o desporto como uma prioridade estratégica, aumentar a prática desportiva ao longo da vida e em todo o território, combater o sedentarismo e a obesidade infantil, reforçar a participação feminina, criar mais oportunidades para as pessoas com deficiência, valorizar o alto rendimento e aproximar o investimento nacional das médias europeias”. “No fundo, nós queremos colocar o desporto no centro da vida dos portugueses”, acrescentou.
Quanto ao reforço dos valores disponibilizados para a preparação Olímpica, Paralímpica e Surdolímpica, Margarida Balseiro Lopes acentuou que “traduz uma mudança profunda na forma como o País apoia e valoriza os seus atletas”, ao assegurar “melhores condições de treino, maior estabilidade de preparação, equipas técnicas mais qualificadas e uma maior capacidade de presença em competições internacionais, reconhecendo o esforço e o mérito de quem escolheu representar Portugal ao mais alto nível”. A governante deixou no seu discurso, perante atletas, federações e agentes do movimento desportivo nacional, “um compromisso com a excelência, com a responsabilidade e com a convicção de que investir no desporto é investir no País”. “E é nesse caminho feito de cooperação, de previsibilidade e trabalho de equipa que vamos continuar”, garantiu
A Secretária de Estado da Ação Social e Inclusão, Clara Marques Mendes, destacou a articulação existente entre Governo, Comité Olímpico de Portugal, Comité Paralímpico de Portugal (CPP) e institutos públicos, reafirmando o poder inclusivo do desporto, por ser “um espaço de igualdade de oportunidades e de afirmação pessoal”, que promove a “autonomia, autoestima e o sentimento de participação plena na sociedade, valores centrais para uma comunidade verdadeiramente inclusiva”. Citando Nelson Mandela – cuja frase está inscrita nas paredes do COP – Clara Marques Mendes disse que “o desporto pode mudar o mundo”.
O presidente do COP, Fernando Gomes, sublinhou o alcance do aumento dos valores atribuídos pelo Governo ao Programa de Preparação Olímpica, que permitirá “reforçar e alargar as equipas multidisciplinares de suporte – medicina desportiva, psicologia, nutrição, fisioterapia e preparação física –, exatamente no sentido das prioridades que o COP tem defendido: colocar o atleta no centro e assegurar um acompanhamento integrado, contínuo e multidisciplinar”. Fernando Gomes centrou as suas palavras no que há a fazer a seguir. “A partir de hoje, não falamos mais de intenções: falamos de ação. E é essa ação que agora formalizamos, com calendário, recursos e responsabilidades bem definidos. Para formar a Equipa Portugal para Los Angeles 2028, para preparar os nossos melhores e para os ajudar a sonharem alto no regresso à cidade que, a 12 de agosto de 1984, testemunhou o inesquecível feito de Carlos Lopes”.
O presidente do COP destacou igualmente o incremento do número de atletas apoiados. “No fim do ano passado, tínhamos 83 atletas no Projeto Olímpico. À data de hoje já são 133”. Em relação ao projeto de Esperanças Olímpicas, estão integrados 114 atletas, dos quais 40 segundo o novo modelo de apoio. O dirigente sublinhou, com especial ênfase, a colaboração que tem sido desenvolvida com o Comité Paralímpico de Portugal: “Uma união que tem permitido articular medidas, compartilhar recursos e assegurar que as respostas são sólidas e verdadeiramente inclusivas. Da cooperação entre COP e CPP já nasceram iniciativas concretas e estou certo de que desta união ainda muito mais pode ainda nascer no futuro, assim tenha também o apoio do Governo, do IPDJ e demais agentes com responsabilidades no desporto nacional”, disse Fernando Gomes, que finalizou com uma mensagem: “No COP ninguém baixa os braços, nem vira a cara às dificuldades. Defender o Olimpismo é uma tarefa que exige uma defesa coletiva, da maior à mais pequena federação. E que exige que cada um faça a sua parte para que o sistema funcione em rede, com transparência e eficiência. Agradeço a todos os que têm trabalhado para que estas medidas sejam possíveis e peço a todos que se unam a nós neste esforço de preparar melhor, para competir melhor e para honrar Portugal com dignidade”.
O presidente do CPP, José Manuel Lourenço, regozijou-se com “o reforço de verbas para o Programa de Preparação Paralímpica em 30 por cento”, por oferecer, “em conjunto com as federações desportivas”, a possibilidade de “encontrar as melhores soluções que garantam a preparação desportiva que for entendida como necessária para atingir o objetivo de estar nos Jogos Paralímpicos e nos Jogos Surdolímpicos”. Participaram também na cerimónia de assinatura dos Contratos-Programa o Secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, o presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, Ricardo Gonçalves, a presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação, Sónia Esperto, a secretária-geral do COP, Diana Gomes, o tesoureiro do CPP, Jorge Correia, o presidente da Comissão de Atletas Olímpicos, Emanuel Silva, e o presidente da Comissão de Atletas Paralímpicos, Nélson Lopes.
