A cidade de Faro voltou a acolher, de 6 a 9 de novembro, o MOMI – Festival Internacional de Teatro Físico – Algarve 2025, certame da responsabilidade do JAT – Janela Aberta Teatro de Miguel Martins Pessoa e Diana Bernedo que se tem vindo a afirmar como um dos mais relevantes palcos para a criação contemporânea em Portugal.

Era um sonho antigo e à terceira foi mesmo de vez, com o MOMI a levar, no dia 9 de novembro, ao Teatro das Figuras, «May B», da francesa Maguy Marin. Trata-se de uma das coreógrafas mais relevantes da cena europeia, tendo sido galardoada com um Leão de Ouro na Bienal de Veneza em 2016 pelo conjunto da obra (Lifetime Achievement). Desde a sua estreia em 1981, May B tornou-se um marco incontornável, apresentado por todo o mundo. A companhia – residente no centro de criação RAMDAM (Lyon) – é conhecida pela sua abordagem experimental, ativista e indisciplinada, que desafia os limites do corpo e da cena.

«May B» é um espetáculo histórico e emblemático, uma obra-prima inspirada no universo literário de Samuel Beckett. Um desfile comovente pela fragilidade da condição humana, através de uma linguagem teatral selvagem, que transforma o ridículo e o angustiante em metáforas que revelam a vulnerabilidade da nossa natureza. “A força da dança vem da sua capacidade de representar o mistério da nossa presença no mundo num espaço onde o silêncio, a repetição e a resistência constroem uma poética do absurdo”, descreve a coreógrafa.

Em palco há mais de 40 anos, May B é um clássico intemporal da dança contemporânea que atravessa gerações, assinado por uma das companhias mais influentes da cena europeia. Uma criação profunda, memorável e imperdível que chegou, finalmente, ao Algarve, pelas mãos do JAT – Janela Aberta Teatro.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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