A habitação é um dos desafios mais prementes para a nova presidente da Câmara Municipal de Silves, Luísa Conduto, que lamenta a falta de recursos para dar resposta a uma situação cuja responsabilidade principal é do governo central. A edil critica, por isso, a propaganda que se fez sobre soluções habitacionais que depois não se concretizaram e frisa que a revisão do Plano Diretor Municipal é uma oportunidade para melhorar todo este cenário. Mas muito mais há para fazer no maior concelho do Algarve, que se estende da serra ao mar, da educação à saúde, da dinamização económica à cultural.


Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

Luísa Conduto assumiu as funções de Presidente da Câmara Municipal de Silves há quase três meses, numa «casa» que conhece bem, uma vez que pertenceu aos três anteriores executivos liderados por Rosa Palma. Contudo, se não há surpresas em termos de pastas e dossiers, a CDU deixou de ter maioria na Câmara Municipal, portanto, avizinham-se quatro anos de grandes desafios e de constante negociação para se alcançarem consensos. “Realmente, não há novidades para nós enquanto executivo, porque é um executivo de continuidade de conhecimento, e com uma energia renovada para o próximo mandato. Ficámos os três com os mesmos pelouros que tínhamos, acrescidos dos restantes que eram do quarto elemento. Não será um mandato fácil e, enquanto executivo sem maioria, o que nos compete é ter capacidade de diálogo com os nossos opositores… e não quero crer que nenhum deles esteja cá para ir contra aquilo que for melhor para a população”, começou por dizer a nova edil silvense.

Luísa Conduto foi a votos com um programa eleitoral e com compromissos com a população que pretende cumprir e espera agora encontrar uma oposição construtiva, “para que possamos trabalhar todos em conjunto, enquanto executivo municipal, para o melhor para o concelho”. E a habitação é, sem dúvida, um tema premente no país e em toda a Europa. “Deixou de ser um problema exclusivo de um concelho ou região e, não tentando sacudir as culpas, a habitação é uma competência que compete ao Estado Central e que não pode ser, à partida, apenas um desígnio de um concelho. Se assim for, deixamos cair por terra aquilo que é a coesão territorial e social”, avisa Luísa Conduto. “Não é um problema que deva ser resolvido pelo executivo A ou B e pela sua capacidade económica, é necessária uma política de habitação a nível central. A verdade é que, nos últimos anos, fez-se muita propaganda daquilo que é a resolução das questões da habitação, mas, na prática, a realidade é outra. Até nós, executivo, somos munícipes, temos família, somos membros de uma comunidade. Não trazemos a nossa família para a política, mas obviamente que também sentimos os problemas da comunidade e a falta de habitação é algo que nos afeta a todos, desde os mais novos aos mais velhos. Com as pensões que temos em Portugal, é impossível para um idoso alugar uma casa, tal como é impossível para um jovem conseguir adquirir ou alugar uma casa no início da sua vida profissional”.

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