Hugo Pereira foi eleito para mais um mandato à frente dos destinos do Concelho de Lagos, com o PS a ter maioria absoluta na Câmara Municipal e uma maioria simples na Assembleia Municipal, mas que, na hora da verdade, não deverá dar origem a muitos percalços no mandato 2025-2029, pelo que estarão reunidas as condições para levar por adiante um programa muito ambicioso e onde a grande prioridade, sem espanto, é a habitação. “Tínhamos uma maioria mais confortável e todas as juntas de freguesia, daí que, ao não termos ganho todas as juntas de freguesia, ao termos perdido um vereador no executivo camarário e ao termos passado para uma situação de empate na Assembleia Municipal, significa que os resultados eleitorais foram piores do que há quatro anos, mas isso é o reflexo do novo cenário que o país hoje apresenta”, analisa o edil lacobrigense. “Ainda assim, foi o Partido Socialista quem ganhou com uma larga distância as eleições, tanto em Lagos como em toda a região. O Algarve mostrou que é socialista, estamos todos de parabéns, agora, é mãos à obra porque há muito trabalho pela frente”.

A primeira prioridade do executivo liderado por Hugo Pereira é, de facto, a habitação, como já o era no anterior mandato, “em que conseguimos cumprir a nossa parte”. “Deparamo-nos com grandes dificuldades para contratar empresas para projetar e depois construir e, infelizmente, aquilo que aparentemente seria mais fácil, que era ter as garantias dos financiamentos, uma vez que tínhamos Estratégias Locais de Habitação, a meio do percurso deixou de ser e quase todo o país está à espera de uma decisão sobre como financiar as respetivas Estratégias Locais de Habitação”, lamenta o entrevistado. “Em Lagos estamos há mais de um ano com projetos prontos para ir para concurso de empreitada, a decisão sobre o financiamento ainda não chegou e tivemos que, inclusivamente, avançar para um financiamento junto da banca para podermos meter os projetos na rua. Isto na expectativa de que depois, quem nos pediu para construir – porque esta obrigação é do Governo, já que o direito à habitação vem na Constituição – cumpra com aquilo que prometeu”, aponta Hugo Pereira. “O Governo pediu-nos auxílio com a garantia de que ajudava no financiamento, os municípios apresentaram propostas para a construção das tais cerca de 25 mil casas e o dinheiro acabou por não aparecer. Já passou tempo demais para não haver uma decisão. Não sabemos se vai chegar de um empréstimo do Banco Europeu de Investimento, se vai ser metido no Portugal 2030 ou se virá de outra forma. Os municípios que, como Lagos, têm capacidade financeira, atrasaram-se, mas avançaram, mas há muitos outros que estão à espera com processos em cima das mesas e fazer construção não demora dois dias”.

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Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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