No ano em que a Associação Portuguesa de Museologia (APOM) comemora os 60 anos de existência, rumou a Sul para a primeira apresentação dos Prémios APOM na região do Algarve, escolhendo Loulé para a realização da cerimónia, que decorreu, no Cineteatro Louletano, no dia 2 de junho.

Durante o dia dezenas de Museus de todo o território nacional foram distinguidos, tendo recebido o Prémio de Melhor Museu Português 2025, o Museu de Serralves. Destaca-se o Prémio Museólogo atribuído a Fernando António Baptista Pereira, professor jubilado da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e que tem colaborado com o Algarve e com Loulé.

Este foi um dia em que se afirmou a importância dos museus como espaços de implicação, de memória e de poder para discutir as questões atuais da sociedade a partir das suas coleções. Museus como lugares de paz, de humanidade, de memória, de encontro, de diálogo e de tolerância, em suma, lugares seguros para debater as questões inseguras da nossa contemporaneidade e para num abraço trabalhar a tolerância e o conhecimento dos outros.

O Museu Municipal de Loulé recebeu uma Menção Honrosa, na categoria de «Investigação e Difusão Científica», com o primeiro número da série monográfica «Terra & Tempo», intitulado «Fogo e Morte. Sobre o extremo Sul no 3.º milénio a.n.e.», editado pelo Museu Municipal de Loulé. Este trabalho revisita a influente obra «Megalitismo e Metalurgia no Alto Algarve Oriental» de Victor Gonçalves, que, 35 anos após a sua primeira edição, continua a ser uma referência com as suas descobertas pioneiras. Em 2019, o Museu prestou tributo a este legado com uma sessão comemorativa e uma mostra fotográfica do autor. O livro é fruto dessa sessão, com a colaboração de especialistas de Portugal, Espanha, França e Alemanha.

Por outro lado, a Santa Casa da Misericórdia de Loulé foi uma das vencedoras do «Prémio Instituição», distinguindo o trabalho realizado em prol do património local, do qual o seu Núcleo Museológico de Arte Sacra é a expressão mais visível. Integrado na Igreja da Misericórdia, trata-se de um conjunto de arte sacra de bens culturais importantes para a história da arte religiosa do concelho de Loulé, datados desde o século XVI ao século XX, do qual a Misericórdia é possuidora. Este acervo integra obras de pintura, escultura, ourivesaria, paramentaria, objetos processionais, entre outros.

Loulé vê de novo reconhecido o trabalho de valorização patrimonial de relevância que o Museu Municipal de Loulé e os seus polos desenvolvem, com a sua equipa de profissionais, na preservação e promoção da história do concelho, mas também o importante trabalho patrimonial que a Santa Casa da Misericórdia de Loulé tem realizado ao longo dos últimos anos, conservando e dando a conhecer a história desta secular instituição.