Estacionada em plena zona
comercial do Fórum Algarve, em Faro, encontra-se uma Piaggio Ape 50 diferente
do habitual, a «Classy Portugal», uma verdadeira mercearia gourmet sobre rodas pertencente
aos jovens empresários Filipe Pereira e Cristina da Costa. O conceito inovador
pretende reunir no mesmo espaço opções de qualidade de diversos produtos
regionais, desde as conservas e compotas aos licores e espumantes, com
particular enfoque para os tipicamente algarvios.
Texto: Daniel Pina |
Fotografia: Daniel Pina
A percorrer a piso térreo do Fórum Algarve muitos são os clientes
deste espaço comercial da capital algarvia, entre locais e turistas,
portugueses ou estrangeiros, que se deparam com uma imagem inesperada – uma
Piaggio Ape 50 transformada em mercearia gourmet ambulante onde se podem
encontrar diversos produtos algarvios, desde as tradicionais conservas,
compotas e bolos ao sal, aperitivos, licores e espumantes. A ideia partiu de
Filipe Pereira e Cristina da Costa, residentes em Lisboa mas com ligações
familiares ao Algarve, que criaram a empresa «Portugal com Classe» e lançaram a
«Classy Portugal». “O objetivo é sermos uma pequena afinação nas cozinhas, uma
forma fácil das pessoas adquirirem produtos de qualidade mas sem uma
parafernália de escolhas que lhes consome imenso tempo. No Vinho do Porto, por
exemplo, temos duas opções, porque não queremos ser uma grande garrafeira ou um
supermercado”, explica Filipe Pereira, que é comissário de bordo de profissão.
Sem possuir na sua oferta o creme de la creme, nem os mais básicos de cada produto, a aposta
vai para a gama média e média/alta, desde as conservas aos licores e
champanhes. Comercialização de conservas que foi a ideia inicial, mas a dupla
de jovens empresários depressa constatou a necessidade de alargar a variedade.
“O conceito foi evoluindo para outros produtos que tinham bastante procura, mas
sem nunca dispersar as atenções dos clientes. O mais importante é que eles
encontrem rapidamente aquilo que precisam e, apesar do espaço ser reduzido,
temos de tudo um pouco”, sublinha Cristina da Costa, que é designer de moda.
Uma mercearia gourmet diferente, se assim se pode chamar,
mas que nunca foi equacionada para ocupar um espaço físico, por ser um segmento
onde já existe bastante concorrência, e feroz. “O problema às vezes é
precisamente a enorme diversidade de escolhas, dentro de cada produto, que há
nessas mercearias ou supermercados. Há 50 garrafas de vinho de marcas
diferentes das quais o consumidor normal percebe muito pouco e o mesmo se passa
com as conservas, doces, licores e tudo o mais”, observa Filipe Pereira. “Nós
demoramos, em média, seis ou sete minutos a apresentar toda a mota, de maneira
a que o cliente saiba exatamente aquilo que está a levar para casa”, garante.
Depressa se verifica, igualmente, que os produtos
comercializados na «Classy Portugal» são mais caros que os vendidos num
supermercado ou hipermercado, daí que seja importante transmitir ao cliente o
motivo dessa diferença de preços. E rapidamente constatamos também que grande
parte dos produtos expostos são do Algarve, alguns deles que nem são muito
fáceis de descobrir nos espaços comerciais tradicionais. “Procuramos o que seja
mais típico possível e em produtores pequenos, que trabalhem de forma artesanal
e que não estejam representados em muitos sítios. Os turistas também querem
comprar produtos tipicamente algarvios, portanto, não faria sentido oferecermos
somente artigos de outras zonas do país. Mas temos a ginga de Lisboa ou a
poncha da Madeira”, indica Cristina da Costa.
Não se admire, por isso, que o produto mais vendido seja o
atum com presunto e azeitona, uma mistura bastante peculiar, mas há ainda atum
com amêndoas e outras novidades que enfatizam a componente gourmet da «Classy
Portugal». “Estamos aqui há mês e meio e já temos vários clientes repetidos,
que compraram a primeira vez por curiosidade e já regressaram para adquirir
quantidades maiores para terem nas suas despensas. Alguns até perguntam se
conseguimos fazer entregas noutros pontos de Portugal”, apontam Filipe e
Cristina.
Leia a entrevista completa em:
https://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve_informativo__64
https://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve_informativo__64