A Mostra Espanha, iniciativa bienal que programa mais de 40 atividades culturais até 2022 por todo o país, chega a Lagos, entre 26 e 31 de outubro, com a Nau Victoria, a réplica do navio que, de 1519 a 1522, conseguiu realizar a maior aventura marítima da história: a Primeira Volta ao Mundo dos capitães Fernão de Magalhães e Juan Sebastián Elcano. Durante a permanência da Nau na marina de Lagos, haverá um programa de visitas gratuitas, visitas guiadas a estabelecimentos de ensino e palestras de especialistas sobre as façanhas marítimas hispano-portuguesas.

Esta réplica foi construída em Espanha, em 1991, e, para delinear as formas e definir as características do navio, Ignacio Fernández Vial, o seu projetista e construtor, conduziu um longo processo de investigação histórica. Um estudo exaustivo, baseado em fontes documentais, crónicas, tratados náuticos do século XVI, e iconografia da época, que permitiu determinar as suas principais dimensões, mastreação, velas e equipamento. Em 2004, para comemorar a primeira volta ao mundo, esta Nau Victoria partiu novamente de Sevilha numa viagem à volta do globo. Entre 2004 e 2006, navegou 26 mil e 894 milhas e visitou 17 países, sendo esta a primeira réplica histórica a circum-navegar a terra. Embaixadora da Primeira Volta ao Mundo, símbolo da história marítima espanhola, museu flutuante e navio-escola, nos últimos dez anos, a Nau Victoria soma milhares de milhas navegadas, visitou os principais portos em toda a Espanha, Europa e EUA, e conta com mais de seis milhões de visitantes em todo o mundo.

A Mostra Espanha, que começou no início de setembro e se prolonga até 2022 com dezenas de atividades, é uma iniciativa bienal, cujo principal objetivo é apresentar o dinamismo e a criatividade das indústrias culturais espanholas atuais. A iniciativa é da Subdirección General de Relaciones Internacionales y Unión Europea del Ministerio español de Cultura y Deporte, em parceria com Acción Cultural Española (AC/E), o Instituto Cervantes e a Embaixada de Espanha em Lisboa. Para além disso contou, em cada edição, com o apoio do Governo de Portugal, através da República Portuguesa-Cultura, diversas Câmaras Municipais, o Instituto Cervantes de Lisboa e diferentes agentes culturais tanto públicos como privados de ambos países.